A coluna PAPO COM GAROTINHO com Nerisvaldo Sobrinho, cumprindo a meta de entrevistar os três mais bem votados nas últimas eleições, recebeu, em outubro/2016, os vereadores eleitos Neto da Pousada, Professor Lauro e Marcão da Pangola. O pensamento dos três naquela época (outubro) era disputar a presidência da câmara. No entanto, tempos depois, Neto da Pousada acabou desistindo, segundo ele “não teria a quantidade de votos necessária para o cargo”. Já o professor Lauro (o nome mais comentado nas redes sociais) desistiu porque encontrou resistência maior ao seu nome dentro do próprio grupo. Sendo assim surgiu um nome que naquele momento parecia ser consenso, Jorginho do Jatobá. Em meados de novembro parecia que Jorginho iria conseguir os 7 votos necessários para conquistar a presidência, mas no início de dezembro o vereador do Jatobá percebeu que não seria assim, e está vendo ficar distante o seu projeto de presidente da câmara, afinal conta apenas com 6 votos dos 7 necessários.
Já Marcão da Pangola vinha trabalhando desde o anúncio feito no programa da Rádio Resumo da Manhã em outubro, obtendo mais tempo para convencer os seus.
Se a eleição fosse hoje, destacando que nem todos confirmaram seus votos, conversas nos bastidores dão conta que Jorginho teria os votos de Neto da Pousada, Marinho, Nikson, Neto do Café e Prof. Lauro. Já Marcão da Pangola venceria com os prováveis votos de Sonia, Lília, Gilmária, Janete, Marcilio e Selson Araponga.
Procuramos todos os vereadores eleitos de Seabra para falar sobre o tema, infelizmente não conseguimos falar com todos. Leia a baixo a resposta daqueles que conseguimos contato.
Professor Lauro nos enviou uma nota:
“Muito especula-se sobre o porquê da minha não candidatura à presidência da Câmara. Quero salientar que desde a primeira semana após as eleições, por ocasião das manifestações de muitas pessoas pedindo transparência, coloquei-me como candidato por que tenho convicção do que é preciso ser feito para dar credibilidade ao Legislativo e promover as mudanças que Seabra quer e necessita ter.
Permaneci como candidato até a primeira semana de dezembro. Nesse período, virei alvo de uma série de ilações e tentativas de descredibilizar não apenas meu nome, mas, todo o processo que nos trouxe até o mandato. Obviamente isso aconteceu por parte dos que tem interesses em manter a câmara de vereadores dentro dos padrões existentes hoje. Sabemos que todo vereador tem seus subsídios (salário) e por tanto, quaisquer outras vantagens que não sejam regimentais são regalias que afrontam o povo que na sua maioria tem que matar um leão por dia para sobreviver. Ser vereador é servir o povo, não ser servido do recurso público. Não se pode afirmar que hoje acontecem erros desse tipo. O que torna tudo isso estranho! Pois, se esses erros não acontecem um candidato que defende transparência total e ausência de quaisquer privilégios não deveria ser considerado uma ameaça. Sobretudo quando esse tem grande aceitação da população.
Durante o período da minha candidatura anunciada, nunca coloquei em discussão qualquer tipo de acordo. Não faltou quem discordasse da minha posição. E isso dentro e fora do grupo político ao qual eu pertenço. Por isso, muitos davam como certa a derrota caso eu me candidatasse. Dado as minhas posições meu nome foi considerado inviável para a presidência por pessoas muito próximas e sobretudo por muitos que tem ou já tiveram mandatos legislativos. Assim, dentro do meu próprio partido minha candidatura foi deixando de ter força. Quem elege o presidente da câmara são os vereadores eleitos. E entre esses, meu nome, em função da forte oposição, teria dificuldades de ter o mínimo de sete votos para chegar à presidência. Por orientação do partido, que entrou em defesa da base do governo na câmara, minha candidatura foi retirada e praticamente todos do partido manifestaram apoio a Jorginho. Este, até aqui, demonstrou-se digno de concorrer a presidência.
Não faria nenhum acordo para ter votos dos vereadores e chegar à presidência. Não concordo com o modelo atual que sobretudo os vereadores que tem ou já tiveram mandato parecem querer preservar. Se ser presidente exige sacrifícios que deterioram meus princípios não o farei; pois, se assim for vou me apequenar de tal forma que se tornará irremediável o descrédito das ações do nosso mandato que se propõe a ser do povo e para o povo. Para mudar não precisamos de privilégios e sim de vontade e postura republicana. E para isso precisamos de todos os seabrenses de bem apoiando e participando de um mandato com credibilidade como o nosso se apresenta agora.
Nosso mandato tem muito valor, mas, não tem preço. Vai ser desse jeito! E não estarei sozinho porque o senhor está comigo! E sei que muitos de vocês também estarão”.
Marcão da Pangola respondeu sobre o atual momento de sua candidatura:
01) Como anda a candidatura nessa reta final?
“Bom dia Nerisvaldo! A candidatura anda firme do meu ponto de vista, porém, com muitas turbulências devido às situações criadas por interlocutores interessados em algo maior na presidência. Isso têm provocado difamações e hoje com o uso das redes sociais isso pode causar uma catástrofe na vida das pessoas, enganando e iludido terceiros, provocando na sociedade ódio a uns candidatos e amor a outros, com técnicas de marketing político, desprezando totalmente o convívio social do candidato e sua família.”
02) O apoio está sendo o esperado?
“Não, na realidade me surpreendi com alguns candidatos que depois de muito diálogo nos encaixamos muito no modo de pensar e na personalidade, enquanto que com outros me surpreendi negativamente, pois ignoraram o convívio de infância, a amizade, mesmo tendo conhecimento da minha competência técnica para gerir a Casa Legislativa. Resumindo, tive decepções e surpresas.”
03) Sobre a desistência dos outros candidatos, isso ajuda ou atrapalha?
“Na realidade um número maior de candidatos atrapalha, pois distribui mais os votantes e dificulta o diálogo, uma vez que surge muita especulação e fragiliza o processo, assim sendo, a desistência dos demais ajudou muito a unidade do meu grupo.”
Jorginho do Jatobá como candidato respondeu algumas perguntas ao nosso site:
1) Quem é Jorginho?
“Sou Jorge Luiz Oliveira Mendes, nasci no povoado de Jotobá, município de Seabra, filho de Domingos Mendes Neto e Maria da Glória Oliveira Mendes. Irmãos: Willian, Fábio, Nélia e Rita. Minha avó: Adélia; e o meu tio José Carlos. Na minha infância houve uma grande perda, a morte do meu pai, não foi fácil, mudamos para cidade de Seabra. A minha mãe foi uma guerreira e batalhadora, são poucas as palavras com as quais eu possa expressar o quanto ela significa para mim e meus irmãos. Atualmente moro em Jatobá com minha filha Lorranne Silva Oliveira e com minha esposa Bruna Souza Silva e sou vice-presidente da associação comunitária de Baraúnas.”
2) A votação de vereador lhe surpreendeu? Por quê?
“Não. Eu penso que durante toda minha vida conseguimos construir um vínculo de amizade muito grande. Na verdade, nunca fomos abastados de dinheiro, mas somos fartos de amigos. A amizade e lealdade faz parte da minha vida.
A nossa candidatura foi fruto do interesse desses amigos que enxergaram em minha pessoa a oportunidade de representar os interesses de nossa comunidade e também de toda Seabra.
Vejo que a eleição foi uma forma de testar, perante a opinião pública, o trabalho que sempre desenvolvemos.”
3) Por que ser presidente da câmara de vereadores?
“Eu preciso confessar que nunca tive essa ambição em ser vereador, muito menos presidente da câmara. O que aconteceu, na verdade, foi que as circunstâncias favoreceram para que nosso partido REDE nos fizesse essa indicação. Depois disso outros partidos e vereadores consolidaram nossa candidatura.
Sendo presidente, serei presidente dos 12 vereadores e tudo o que fizermos será decidido junto com os meus pares. Jamais perseguirei alguém, até porque nossa candidatura será para unir a câmara. Queremos organizar a câmara junto com os demais vereadores para atender os anseios da população de Seabra e, com Fábio Lago Sul, aprovar as leis que possam contribuir com essa mudança.”
4) A candidatura para presidente da câmara nessa reta final está difícil?
“A princípio não vejo dificuldades. Até porque ser presidente não é um projeto pessoal de poder. E também não estamos fazendo um investimento para sermos presidente da câmara.
Na verdade, a candidatura de Jorginho do Jatobá representa um projeto de mudança que se iniciou com a vitória de Fábio Lago Sul e agora estende-se a eleição para presidente da câmara.
Nesse sentido não vejo dificuldades, porque conversamos com a grande maioria dos vereadores e todos pensam como nós.
A população de Seabra, ao eleger Fábio Lago Sul, disse não ao retrocesso, assim como a compra de votos em nossa cidade. E nós parlamentares iremos acompanhar essa mudança e elegermos um presidente que possa representar bem nossa câmara de vereadores.”
Neto da Pouzada: Revelou seu voto e falou que vota em Jorginho porque além de acreditar no jovem vereador o mesmo o apoiaria caso fosse o candidato.
Nikson: “Como havia declarado desde o início, o meu voto seria no professor Lauro; porém com a sua desistência estou aguardando uma definição e orientação do grupo político do qual faço parte.”
Gilmaria: Estava viajando quando procuramos.
Janete: Disse que o voto é secreto e que no dia 01 de janeiro decidiriam quem será o presidente.
Marcilio : Não atendeu às nossas ligações.
Marinho: Declarou: “Voto em Jorginho porque sigo o projeto do grupo ao qual faço parte e fui eleito”.
Lília: Falou que não esconde seu voto. Vota em Marcão por acreditar em seu projeto e que quando o mesmo foi convidado a fazer parte do seu partido, antes das prévias, aceitou de imediato. Importante lembrar que Lília é presidente do PDT, partido ao qual Marcão pertence, sendo peça importante na votação da coligação.
Sonia: Disse que “o voto é secreto e pretendo fazer o melhor pelo município”.
Selson Araponga: Mostrou-se indignado com publicações feitas sem sua autorização. Falou que tudo é inverdade e que na realidade ele havia passado por um processo eleitoral simples onde Marcão o ajudou, por isso afirmou votar em Marcão da Pangola.
Neto do Café: Em Velame, onde mora respondeu: “Não irei declarar meu voto ainda, vou a Seabra para fechar com o grupo”.
E assim fechamos a nossa matéria, porém alguns questionamentos serão respondidos logo após a eleição da presidência e sua mesa diretora. Afinal será composta pela situação (grupo que apoia o Prefeito Eleito Fabio Lago Sul) ou será mista (juntando os dois grupos)? E como irá se comportar nestes dois anos de legislatura?
Na próxima semana traremos o nome de todos que irão compor a Mesa Diretora. O Chapada News irá acompanhar, junto, todo esse processo. Até breve!
Da Redação