Professores da rede municipal de Utinga, na Chapada Diamantina, estão paralisados até esta sexta-feira (17) devido à ameaça de retirada de direitos. Um projeto da prefeitura, que deve ser votado até o final do mês, acirrou a polêmica entre categoria e a gestão do prefeito Joyuson Vieira (PSL).
Entre os pontos a serem extintos está a gratificação de salário/aniversário, quando é incluído o valor do piso (cerca de R$ 1,1 mil para 20 horas) na folha. As outras perdas viriam na extinção de gratificações por profissional graduado [20%] e por regência de classe, que atualmente incide em 16%, quando deveria chegar até 30%, conforme apontam os professores. Segundo Diogo Vinícius, que é da APLB local e do sindicato dos professores da cidade [APPEU], o temor é que o projeto seja aprovado por conta de Vieira ter a maioria dos vereadores da Câmara.
A justificativa de redução de custos, alegada pela prefeitura, é contestada. “O prefeito foi a uma rádio na semana passada e alegou que o salário dos professores de Utinga é um dos maiores da região, o que é mentira, e tentou colocar outras categorias contra nós. A gente concorda que tem que haver reajuste para outras categorias, mas ele quer colocar o professor para pagar essa conta”, disse em entrevista ao Bahia Notícias. Procurada pelo BN, a gestão local disse que os cortes servirão para ajustar as finanças diante do cenário de crise financeira e do elevado gasto com despesas com o funcionalismo. O secretário de educação, Guilherme de Cássio, declarou que a proposta é no corte definitivo do salário/aniversário para todos os docentes, por dizer “que não faz sentido ter um 14° salário para professor enquanto as outras categorias não têm”. Já o corte na gratificação por graduação valerá para quem for contratado no futuro. “Os projetos foram muito discutidos ao longo de 60 dias. Não foi fácil, mas foi necessário fazer e eles não retiram direitos adquiridos”, declarou o secretário.