Das 18 agências assaltadas este ano nos municípios baianos, cinco permanecem fechadas e duas estão funcionando parcialmente.
Os frequentes assaltos a bancos nas cidades do interior do estado estão exigindo da população estratégias dignas de agentes secretos para garantir a verba em segurança. Viajar de uma cidade para a outra com grandes quantias em dinheiro, devido aos bancos fechados nos locais onde residem, ou espalhar as notas pelo corpo, para ninguém notar o “malote”, são alguns dos desafios enfrentados pelos moradores, para cumprir essa missão quase impossível que tem sido receber o salário e pagar as contas na própria cidade.
Das 18 agências assaltadas este ano nos municípios baianos, cinco permanecem fechadas e duas estão funcionando parcialmente. A cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, é a que mais aparece na lista do Sindicato dos Bancários, que faz o levantamento das ocorrências nos municípios do estado – elas já totalizam 19 este ano (a cidade sofreu com dois ataques no mesmo dia, três no total).
Para tentar resolver o problema, eles viajam para Cruz das Almas ou Muritiba, evitam sacar a grana e fazem um maior uso dos cartões de débito. Quando não tem jeito e precisam muito do dinheiro em espécie, apostam em esconder as quantias em diferentes partes do corpo, como na meia, dentro do sapato ou até no sutiã.
Em Carinhanha, no Vale do São Francisco, município onde o Banco do Brasil foi alvo dos bandidos em 18 de janeiro deste ano, a única agência funcionando é a da Caixa Econômica Federal. Quem não tem conta nesse banco precisa ir até o município de Malhada, que fica a 30 minutos do local.
Em nota, o Bradesco afirmou que as agências de Cachoeira e de Remanso (onde houve uma explosão em 7 de fevereiro) estão funcionando parcialmente e que, por isso, algumas operações, como saque, nem sempre estão disponíveis.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orienta que nas cidades sem banco a população utilize os serviços de internet banking que servem para pagamentos, transferências, consultas de saldo, cancelamento de débito automático e empréstimos. Para saques, os moradores devem se deslocar para os postos credenciados ou buscar agências e caixas eletrônicos nas proximidades até que as unidades destruídas sejam reformadas.(Correio)