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Caso não chova em Salvador, Embasa planeja 3 dias com água e 1 sem

Um dia sem abastecimento de água para cada três dias com. Se não chover nos mananciais que atendem Salvador, esse deve ser o esquema de racionamento que a Embasa já está planejando, segundo confirmou ao CORREIO o diretor da concessionária responsável pelas operações da Região Metropolitana, Carlos Ramirez.

A notícia pode causar estranheza para os moradores de Salvador, que nas últimas semanas chegaram a ter prejuízos e sentirem o impacto de fortes chuvas no dia-a-dia, inclusive no trânsito. Acontece que, de acordo com a Embasa, as chuvas que atingiram a capital não chegaram a região dos mananciais que abastecem a cidade.

“Não chegamos a ter nenhuma recarga nos níveis dos reservatórios, houve apenas uma estabilidade”, detalha Ramirez. “Ainda estamos contando com as chuvas, há expectativa, pelos sites de meteorologia, de chuvas nas regiões que abastecem Salvador, na região de Simões Filho, Mata de São João e Conceição de Jacuípe”, completa. Nessas regiões, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta a possibilidade de chuvas isoladas até o final da semana.

Segundo o diretor, está é a primeira vez nos 46 anos da Concessionária que se avalia a possibilidade de um racionamento na capital. Ele explica que está avaliação tem ocorrido diariamente, de acordo com os índices pluviométricos apresentados. “Inicialmente vamos reduzir a vazão e depois rediscutir a necessidade de aumentar o volume retirado”, explica, em caso de confirmação do racionamento pela falta de chuvas.  A Embasa acredita que devem sofrer o impacto as famílias que moram em residências construídas sem planejamento e que em áreas nobres, em domicílios que contam com reservatório adequado, a falta de abastecimento por um dia não deve ser sentida.

Manobras
Para tentar minimizar os problemas, uma série de obras tem sido realizadas no estado. De acordo com a Embasa já foram investidos mais de R$108 milhões em obras estruturantes como a duplicação da adutora do Rio Joanes II para a Estação de Tratamento de Água Principal, que fica em Candeias.  Uma das manobras mais recentes, de acordo com Ramirez, foi a transferência do abastecimento de água de parte da cidade de Camaçari, na região onde está instalado o Polo Petroquímico, para a barragem de Santa Helena, o que ampliou o abastecimento de Salvador através do Joanes II. A Embasa também estuda ampliar de 14 para 16 o número de poços que estão sendo perfurados e prevê conclusão no dia 2 de maio da licitação do serviço de duplicação da transposição da barragem de Santa Helena para o Joanes II, o que deve custar R$168 milhões. A obra tem previsão de elevar a produção de água em volume equivalente a 50% da atual demanda do sistema.

Situação das barragens
A barragem de Pedra do Cavalo, responsável por cerca de 60% do abastecimento de Salvador,está com 62,88% da sua capacidade total de acumulação. O restante do sistema é abastecido pelas barragens de Joanes I (atualmente com 85,18% de sua capacidade total), Joanes II (36,63%), com menor contribuição dos reservatórios de Ipitanga I (41,81%) e Ipitanga II (30,91%). Salvador conta ainda com a barragem de Santa Helena que, no ponto de captação atual, situado no rio Jacumirim, encontra-se com 59,96% da sua capacidade total. Esse reservatório reverte água para Joanes II.

Quando considerado o volume útil, calculado entre o nível máximo e o nível de captação da água, os reservatórios apresentam atualmente os seguintes percentuais de armazenamento: Pedra do Cavalo (22,85%), Joanes I (68%), Joanes II (8,08%), Ipitanga I (20,09%), Ipitanga II (30,62%) e Santa Helena (10,65%).(Correio)

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