A conta de energia elétrica vai ficar mais cara para os baianos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu hoje (18) as novas tarifas aplicadas pela Coelba, que entram em vigor a partir do dia 22 de abril, com um aumento médio de 3%. A mudança, de acordo com a concessionária, deve começar a ser percebida pelos quase seis milhões de clientes nas faturas recebidas a partir de maio. Para os consumidores residenciais, o aumento da tarifa será de 2,77%. No caso dos clientes industriais e comerciais de médio e grande porte, o reajuste médio será de 3,5%.
Segundo a Coelba, a concessionária encaminha para a Aneel as informações necessárias para o cálculo da tarifa, mas o reajuste segue uma fórmula em que a parcela referente ao serviço de distribuição é atualizado. Além dos valores fixados pela Aneel, também são cobrados na conta de energia os impostos, como ICMS, PIS e Cofins, além das Bandeiras Tarifárias.
Este mês, por exemplo, a bandeira vigente é a Vermelha Patamar 1, que aumenta R$ 3 a cada 100kWh. Nas contas de luz, os consumidores ainda pagam a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), que é repassada às prefeituras municipais.
Impacto do aumento
Apesar do valor estar abaixo da inflação, que fechou o ano de 2016 em 6,29%, o reajuste não foi visto com bons olhos pelo segmento industrial. “O setor tem registrado decréscimo na produção dos últimos anos por conta da crise. Nesse contexto, qualquer aumento é negativo. É um aumento que vai incidir em uma atividade econômica que ainda está deprimida”, pontua o coordenador do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – Fieb, Marcos Galindo.
O quanto o reajuste pode representar no produto final, de acordo com o coordenador, vai depender de quanta energia é utilizada na industrialização daquele produto. “Nesse sentido, as indústrias de mineração, celulose, petroquímica e de panificação devem ser mais impactadas, porque têm um componente de uso de energia mais elevado”, explica.
A presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB), Selma Magnavita, também criticou o reajuste. “O consumidor já não suporta mais tanto aumento e, no caso da energia, acaba sendo um efeito em cadeia, que sai aumentando todos os demais produtos. A quantidade de imposto que pagamos também é absurda. Energia é um serviço essencial”, disse Selma, que recomenda que os consumidores utilizem a energia com inteligência e criatividade. “Para driblar o alto custo da conta de luz, é preciso tirar os aparelhos das tomadas e desligar o chuveiro quente quando o tempo está mais quente”, reforça.
Composição da tarifa
Segundo a Coelba, do valor cobrado na fatura, 25,7% ficam na concessionária para cobrir custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Os impostos e encargos, como ICMS, PIS, Cofins, taxa de fiscalização da Aneel e outros tributos representam 36,8% da tarifa. Despesas com a compra e transmissão de energia correspondem a 37,5% da tarifa.(Correio)