
A delegada Lígia Nunes, coordenadora da 17ª Coordenadoria Regional de Juazeiro (Coorpin), disse nesta quinta-feira, 20, que a polícia ainda não confirma que o sumiço da adolescente Ana Vitória Sena de Oliveira, 15 anos, tenha relação com o desafio conhecido como “Baleia Azul”.
“Não há indicativo firme no sentido que ela tivesse participando do grupo”, afirmou a delegada ao A Tarde. A família suspeitou que Vick, como é conhecida, estivesse envolvida com o “jogo” depois de achar referências ao desafio no celular dela, além de vídeos de uma pessoa se mutilando. Os parentes acreditam que seja a jovem nas imagens.
A adolescente desapareceu na última segunda, 17, após deixar uma carta de despedida para a família, onde fala que iria se jogar da ponte Juazeiro – Petrolina.
Investigação
De acordo com a delegada, a polícia levantou uma série de lugares onde a jovem pode estar. “Desde ontem (quarta) enviamos equipes para verificar, mas são lugares distantes, então ainda não temos retorno”, explicou.
A polícia também ouviu familiares, amigos, vizinhos e o ex-namorado da adolescente. Também foram solicitadas as imagens de monitoramento dos ônibus para tentar localizar para onde a garota foi após sair de casa.
Reincidência
Essa não é a primeira vez que Vick desaparece. Segundo o padrasto da mãe da jovem, Cosme dos Santos, no ano passado, ela ficou seis dias fora de casa, voltando em seguida. Na época, ela ficou na residência de amigos.
Apesar de já ter sumido antes, a família está preocupada por conta da ameaça de cometer suicídio. Cosme explica que a adolescente costumava falar em se matar.
Apoio
A Ong SaferNet – entidade referência no enfrentamento a crimes cibernéticos – divulgou um texto de alerta sobre o “Baleia Azul” em que destaca que a família, escola e poder público devem ficar atentos aos adolescentes com histórico de depressão, tentativas de suicídio e outros sofrimentos psicológicos. A instituição orienta que não se deve “minimizar ou subestimar o que eles falam”.
A SaferNet indica que a família procure um profissional caso perceba sinais de angústia e sofrimentos nos filhos. A Ong não orienta que os pais confisquem o celular ou monitorem o uso de internet por meios de aplicativos “espiões”. Para eles, essas “são medidas pouco educativas e fadadas ao fracasso. Elas não previnem os riscos e compromete o vínculo de confiança que deve existir entre pais e filhos”.
A indicação é que os pais e escola conversem de forma franca com os adolescentes e orientem como eles podem lidar com os riscos presentes no ambiente virtual.
A SaferNet também destaca que oferece serviço gratuito e online para crianças, adolescentes e pais que estejam vivenciando uma situação de risco ou violência. O atendimento de psicólogos está disponível das 14 às 18 horas por meio de um chat ou por e-mail.
Prefeitura
A Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SECPMJ) usou as redes sociais para alertar a população sobre o desafio, pedindo que os pais fale com as crianças e adolescentes sobre o “Baleia Azul” e as consequências. O órgão também pede que o uso de internet pelos jovens seja monitorado e mudanças de comportamento investigados.