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Produzindo 158 MW de energia por dia, Bom Jesus da Lapa abriga a primeira grande usina solar do Brasil

Foto: Reprodução.

O sol forte que sempre castigou o sertanejo agora é cobiçado por investidores bilionários que começam a mudar a cara do semiárido baiano. O movimento transformou a pequena Bom Jesus da Lapa, até então conhecida pelo turismo religioso e suas grandes romarias, na capital da energia solar.A cidade, de 63 mil habitantes, localizada à beira do Rio São Francisco, abriga hoje a primeira grande usina solar do Brasil. Ali, onde o sol nasce antes de o relógio marcar seis horas da manhã e a temperatura quase sempre beira os 35 graus, já estão sendo produzidos 158 megawatts (MW) com o calor do sol.

É energia suficiente para abastecer uma cidade de 166 mil residências – Bom Jesus da Lapa, por exemplo, tem 16 mil domicílios.Mais importante que isso, no entanto, é que o projeto representa o primeiro passo para o desenvolvimento de uma indústria bilionária que não para de crescer no mundo – no ano passado, avançou 50%. Só em Bom Jesus da Lapa, a italiana Enel Green Power, dona do empreendimento, investiu US$ 175 milhões, algo em torno de R$ 542 milhões. Em pouco mais de um ano, 500 mil painéis solares passaram a cobrir uma área de 330 hectares, o equivalente a 462 campos de futebol.

Nesse período, a cidade sertaneja, acostumada com o vaivém dos fiéis e com cifras bem mais modestas, passou a conviver com uma mistura de idiomas.O prefeito do município, Eures Ribeiro (PSD), comemora a descoberta da região pelos grandes investidores. Até a chegada do parque da Enel, a economia local era baseada na produção de banana – o município é o maior produtor da fruta no Brasil – e no comércio voltado ao fiéis. O entorno da gruta que abriga o santuário da cidade e atrai milhares de romeiros é lotado de hotéis, lojas e barracas de lembrancinhas, como chaveiros, camisetas e outros objetos.

A economia local, no entanto, não é suficiente para absorver a mão de obra da cidade. Quase dois terços dos moradores têm idade entre 15 e 59 anos e sofrem com o desemprego e a falta de qualificação.Esse foi um dos temas trabalhados com a Enel como compensação social pelo empreendimento.As comunidades quilombolas que ficam próximas do projeto foram beneficiadas com cursos de pedreiro, eletricista e corte e costura.”Também reivindicamos a construção de uma sede para a comunidade”, afirma Amilton Vitorino Gonzaga, da comunidade Araçá-Volta, onde há 240 residências.(Bahia Notícias)

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