A última sessão da Câmara de Vereadores de Andaraí, município da Chapada Diamantina, na segunda-feira (23), foi conturbada. A votação das contas do ex-prefeito Wilson Cardoso (PSB), que foram reprovadas por cinco votos contra quatro dos edis, mantendo o parecer do TCM pela rejeição, acabou em confusão durante a contagem dos votos. O vereador Vilmar Moura da Silva, o popular Viola (PTC), disse ao Jornal da Chapada (JC) que, inconformado com o resultado, o ex-prefeito o chamou de vagabundo e desferiu um tapa em seu pescoço. Cardoso precisava de seis votos para não sofrer as imputações do resultado na Câmara e, segundo Viola, perdeu o controle emocional.
O edil chapadeiro registrou o fato na delegacia da cidade, conforme o boletim de ocorrência nº1800087. No documento policial, o vereador afirma que essa foi uma forma de intimidar os seus companheiros da Casa Legislativa. “Ele queria até anular a sessão para ter outra votação, o que é negado pelo regimento interno”, contou o político ao Jornal da Chapada. Segundo Viola, o ex-prefeito Cardoso teve duas contas reprovadas nos últimos anos (2014 e 2016).
Outro lado
Em conversa com JC, Wilson Cardoso afirmou que seus opositores querem criar um fato político por conta da votação. “Eu disse para ele [Viola]: Que coisa feia você fez”, disse. Segundo Cardoso, foi o vereador que tumultuou a sessão. “Aconteceu que, na hora do presidente explicar na cédula, ele confundiu os vereadores na sequência das votações das cédulas”, retrucou o ex-gestor.
Wilson falou também que teria havido outra votação, dessa vez aberta, e que nessa as contas tinham sido aprovadas por sete votos a dois, o que não foi confirmado pela nossa equipe de reportagem. Inclusive, o regimento interno não prevê votações dessa maneira, segundo vereadores procurados pelo Jornal da Chapada, e ao fim da contagem de votos alguns edis já tinham saído da sessão.
“Na minha visão está decidido. Foi favorável”, afirmou o ex-gestor. Tentamos falar com o presidente da Casa, o vereador Edgar Neto (MDB), mas até o fechamento desta matéria ele não foi encontrado para falar sobre o assunto e confirmar o que de fato aconteceu, se as contas foram aprovadas ou rejeitadas. (F: Jornal da Chapada)