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SEABRA: Jovem sofre aborto espontâneo e acusa a UPA por negar atendimento

Foto: Reprodução/Google Maps

Na quarta (25) o secretário de Saúde, Leandro Athayde esteve presente no Resumo da Manhã ao lado do Coordenador Marcos da Unidade de Pronto Atendimento de Seabra, proporcionando uma entrevista para esclarecimento dos comentários que ocorreram nas redes sociais.

Nerisvaldo Sobrinho fez a leitura do que foi publicado nas redes sociais, apresentando a situação que se tratava de uma jovem que sofreu um aborto espontâneo e acusou a UPA – Unidade de Pronto Atendimento de negar-lhe atendimento afirmando que “a UPA só atende moradores da região de Seabra”.

O aborto espontâneo é quando o embrião ou feto morre antes das 20 semanas de gravidez. A maioria dos abortos espontâneos ocorrem porque o feto não está tendo um desenvolvimento corretamente e é difícil estabelecer um motivo direto para isso ocorrer ou identificar a mãe que não terá condições de seguir com a gravidez logo nas primeiras semanas. São sinais de um aborto quando ocorre sangramento vaginal, dor lombar, abdominal ou cólica e diminuição dos sinais clássicos de uma gravidez.

Na publicação a jovem dizia “Na noite de sexta feira (20), sentindo muita dor e com sangramento intenso, me dirigi à Unidade de Pronto Atendimento – UPA que fica no município de Seabra. Meu esposo foi fazer minha ficha e ao ser questionado sobre nosso endereço, ele prontamente respondeu a verdade, povoado Santa Rita de Iraquara. O recepcionista da unidade disse que eu não poderia ser atendida, porque a UPA só atende pacientes moradores do município de Seabra. Mesmo chorando e gritando de dor, disse a ele que iria sim, ser atendida, e que fizesse o favor de chamar o diretor ou o coordenador da unidade. Ele entrou, demorando cerca de 5 minutos, voltou dizendo que era isso mesmo, que não ia atender, que naquele momento não tinha nenhum gestor da unidade ali e que a enfermeira de plantão disse que não era pra atender”.

Questionado, o Coordenador Marcos respondeu que referente ao assunto tratado o que acontece no quesito atender ou não atender é “primeiro que a UPA é uma unidade de atendimento de urgência e emergência. O enfermeiro simplesmente a orientou que ela procurasse uma unidade de maior suporte, o qual a jovem se negou a ir. O enfermeiro me ligou e eu pedi que avaliasse se realmente existia uma urgência ou emergência naquele quadro e foi o que ele fez, diante das reclamações apenas sobre dores abdominais”.

Intrigado, Nerisvaldo perguntou “Uma pessoa que chega com dores como a jovem, o que é tratado como urgência e emergência?”. Sendo respondido pelo secretário de saúde do município de Seabra, Leandro Athayde.

Segundo o protocolo de urgências e emergências, a urgência é quando o indivíduo tem capacidade de aguardar um tempo para atendimento. Já a emergência, trata de algo imediato com risco de morte. Como a jovem reclamou apenas de dores abdominais, segundo Leandro não poderia estar sendo tratada como urgência nem emergência, porque uma cólica menstrual pode ser uma dor abdominal e dando o devido medicamento e tendo os devidos cuidados, a dor passa.

Analisado o caso, após ser exposto em rede social para ter certeza de sua veracidade, e se comprovado o ocorrido, os causadores responderiam por suas ações. Foi averiguado e diante das questões principais, Leandro Athayde traz um ponto interessante. A jovem que mora no município de Iraquara onde a prefeitura de Seabra tem convenio por não obter ainda uma maternidade, prefere se dirigir para Seabra para ser atendida e durante o percurso passou de frente ao Hospital Regional que está localizado na entrada da cidade e que tem uma estrutura mais apropriada para situações de urgência, acabou optando em ser atendida na UPA que é quase 2 km da entrada da cidade.

Leandro diz que as investigações apontam que a jovem sabia que estava grávida antes de chegar na UPA, pelos registros e pelas gravações. Ele diz que a mesma informou a uma pessoa em rede social que uma enfermeira do Hospital Regional pediu que ela fosse até a UPA por lá teria um medicamento que ajudaria para segurar o bebê na barriga, no qual tem registros que comprovam. Como pode a UPA ter atendimento obstétrico e o Hospital Regional, que é mais completo e mais preparado, não ter, sendo que a prefeitura e secretária de saúde afirma que Seabra não possui atendimento desse tipo? É o que Leandro se pergunta diante de toda a situação, enquanto analisa os pontos do que realmente ocorreu.

Nerisvaldo trouxe outro caso onde uma paciente que estava grávida de gêmeos, sobre um aborto de um dos bebês e durante uma ida ao banheiro, sentiu o segundo bebê chegar prematuramente de apenas 30 semanas. A paciente relatou que as enfermeiras puxaram agressivamente o bebê, tanto que ela sentiu medo que fosse “arrancada” a pequena cabeça do pescoço. Diz que o médico de plantão a orientou que fosse para Iraquara para receber um melhor atendimento e assim foi feito. Em Iraquara foi levado apenas “2 minutos” para realizar o procedimento e hoje ela se encontra bem. O Coordenador Marcos informou que esse caso ocorreu, entretanto não foi da forma que foi relatado. E ainda afirma que tem tudo registrado em câmeras que estão espalhas pela unidade.

Esses casos não estariam acontecendo ou seriam tratados de forma diferente se a maternidade prometida de funcionamento pelo governador Rui Costa no antigo Hospital Frei Justo, já estivesse pronta. Rui prometeu que no início de 2018 estaria de volta à Seabra para a inauguração, garantindo macas e instrumentos necessários. Hoje, já entrando no quinto mês do ano e a maternidade ainda não apareceu. Nerisvaldo Sobrinho direciona a Leandro Athayde o questionamento do que está acontecendo, cadê a maternidade.

Leandro afirma que esse projeto está em andamento, só que o financiamento da SESAB – Secretaria de Estado da Saúde da Bahia foi investigar, descobriu que o prédio do Hospital Frei Justo é penhorado e a dívida estava em torno de 1,8 milhão. Segundo Leandro, na sexta (20) lhe foi informado que a dívida foi paga e estão esperando apenas a licitação ser aprovada para o início das obras. Um processo que pode levar em média de 2 a 3 meses.

A esperança de ter uma maternidade em Seabra ainda está vivo e o secretário de saúde do município de Seabra, Leandro Athayde, afirma isso.

Por: Luana Barros

Ouça o áudio do Séc. de Saúde e Coordenador, falam sobre a acusação de negligencia em atendimento na UPA de Seabra:

 

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