Nesta quarta-feira (16), um senhor em estágio terminal, vai a óbito na comunidade Cocal, município de Brotas de Macaúbas. Segundo a postagens da família em redes sociais, seu sofrimento foi atenuado por negligência médica na Unidade Básica de Saúde da Família Elisa Ferreira Bastos. Após receber solicitações a equipe do Chapada News foi em busca de informações para entender o caso.
Nas postagens feitas através do facebook e whatsApp, a família diz ser revoltante uma profissional receber para atender e negar atendimento. “Muito revoltante. Uma profissional que recebe para atender a família, nega atendimento a um paciente acamado. Uma pessoa que só mexia a cabeça e os braços? Cadê o profissionalismo, e a humanidade? O juramento que ela fez a profissão? Sei que ela não poderia salva-lo. Mas como profissional sua obrigação, era examina-lo e dar o diagnóstico para a família que tanto o solicitou. Uma profissional que escolhe os pacientes que irá atender. Lamentável. Deixo aqui o meu pedido de justiça”, diz uma das parente em um post pedindo para que a mesmo seja compartilhado.
Em entrevista, uma familiar, diz “Falamos primeiro com o agente de saúde, que mandou áudio para ela antes de chegar na unidade, e que depois chegou dando noticia de que primeiro iria atender na unidade para poder vir. Eu bati na porta do consultório, e depois de mais de 25 minutos ela abriu a porta dizendo que estava em atendimento, e ‘também estou doente e se quiserem atendimento tragam ele até aqui’. Achei um absurdo pois ela sabia das condições de saúde dele. Eu sabia que não adiantava mais, os filhos estavam desesperados”. Ao chegar na unidade “Ela vendo o estado se apavorou e começou a providenciar oxigênio e chamar todas as enfermeiras, que apavoradas não saiu nada e não fizeram nada, pois já era o fim. E pior, sabemos que tudo isso é perseguição política partidária o que é mais triste”.
Séc. de Saúde
Ao ser procurado, o secretário de saúde Leandro Brito, diz que médica “é uma excelente profissional, que tem nosso apoio incondicional”, e que a melhor pessoa para explicar e dar detalhes técnicos seria a mesma, viabilizando assim o contato imediato com a profissional, que deu um panorama da situação.
A médica esclarece que ela não tem problema algum com a comunidade, pois quando na gestão anterior se afastou da comunidade do Cocal, 99% queria sua volta, e que parte das reclamações tem haver com questões politicas.
A médica conta que a história aconteceu da seguinte maneira “esse senhor, é um senhor que a gente já acompanha, paciente do PSF. Nesse referido dia, o cunhado mandou uma mensagem às 8:50, porém eu estava em deslocamento, e quando cheguei no PSF fui adiantar os atendimentos. Ao chegar a enfermeira disse que o cunhado estava na unidade para solicitar um atendimento”. A médica diz ao cunhado que iria ver as emergências que já estavam na unidade, e que iria até a casa do referido senhor.
“Tinha uma gestante com dispneia (falta de ar), enquanto eu atendia, uma senhora bateu a porta dizendo: ‘doutora a senhora não vai atender? Porque se não for, nós iremos levar ele pra Seabra, que aliais nem ambulância tem aqui’. Eu inclusive estava com a mascara, por estar extremamente gripada e me desculpei por isso, sinalizei que estava com a gestante, finalizando o atendimento e perguntei se não havia a possibilidade de trazer o paciente a unidade pelas condições de atendimento, o que para mim foi de comum acordo. Ao paciente chegar na unidade, larguei tudo que estava fazendo e fui atende-lo. Inclusive nesse momento tinha uma criança de 4 anos vomitando, a qual pedi que ficasse em observação em outra sala, para eu atender o paciente em questão. O paciente chegou muito grave, pedi as colaboradoras para providenciar o oxigênio e o soro, prestei os primeiros socorro, e pedi a uma familiar do paciente para ficar na sala comigo, limpando as secreções, mais a frente foi necessário reanima-lo. Por se tratar de um paciente em estagio terminal ele não resistiu e veio a óbito”.
Após os desabafos, até mesmo em entrevista, a família não quis mais comentar o caso.