Manuela d’Ávila, pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, teria sido interrompida pelo menos 62 vezes durante entrevista concedida no Roda Viva nesta segunda-feira (25). De acordo com um levantamento feito pelo Mídia Ninja, o número de interrupções a Manuela foi sete vezes maior do que as 8 feitas na participação do programa com o pré-candidato Ciro Gomes (PDT). O caso com a comunista no programa da TV Cultura repercutiu negativamente na internet nesta terça (26). No Twitter, internautas classificaram a postura dos entrevistadores com Manuela como “manterrupting”, prática sexista em que homens interrompem constantemente uma mulher de maneira desnecessária, não permitindo que ela consiga concluir sua frase.
A palavra é uma junção de “man” (homem) e “interrupting” (interrupção) e, traduzida, significa “homens que interrompem”. “Apesar de concordar com quase nada do que a Manuela d’Ávila defende, a entrevista dela no Roda Viva foi revoltante. A mulher não conseguia falar uma frase sem ser interrompida! Deus me livre”, escreveu uma mulher na rede social. Também no Twitter, o jornalista Xico Sá também se mostrou incomodado com uma suposta “arapuca” ideológica feita na entrevista. . “Uma emissora educativa, bancada pelo Estado (de SP), não pode transformar um programa jornalístico em arapuca ideológica -seja lá contra quem for. O episódio Manuela d’Ávila foi uma indecência”, escreveu.
uma emissora educativa, bancada pelo Estado (de SP), ñ pode transformar um programa jornalístico em arapuca ideológica -seja lá contra quem for. O episódio @ManuelaDavila foi uma indecência. #RodaViva
— xico sá (@xicosa) 26 de junho de 2018
Machismo a gente vê assim: Quando jornalistas num programa de entrevistas não deixam a convidada pré-candidata a presidência falar!
Como Manuela D’Ávila bem disse, é preciso desconstruir o machismo e misoginia no Brasil. pic.twitter.com/h3dloCNENP
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) 26 de junho de 2018