A barreira sanitária instalada na entrada do Vale do Capão deixou de existir na manhã da ultimar quarta-feira (15), após um novo decreto da Prefeitura Municipal de Palmeiras. O novo documento autoriza a entrada de caminhões com material de construção, além da entrada de trabalhadores da construção civil e de serviços não essenciais a comunidade.
Essa barreira sanitária vinha sendo mantida a quase um mês por cerca de 47 moradores do Vale Capão como forma de manter o isolamento social da comunidade, principalmente por ser um vilarejo muito movimento em dias normais por conta dos atrativos turísticos. O novo decreto que flexibiliza o funcionamento do comércio local e autoriza o funcionamento de serviços não são essenciais a comunidade termina indo na contra mão das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que propõem um isolamento social horizontal, sem exceções no combate a COVID-19.
Opinião do movimento / barreira sanitária
Conforme, os voluntários do movimento que atuaram ativamente na barreira sanitária o novo decreto prejudicou o trabalho – que tinha a finalidade de conter a chegada do vírus a vila:
“O novo decreto prejudica muito o trabalho que estamos desenvolvendo de contenção da disseminação do vírus e proteção à comunidade. Somos solidários aos trabalhadores do município que têm seu sustento nas obras do vale e na manutenção de pousadas, porém, todos aqui do Vale do Capão tivemos de parar nossas atividades, em favor do isolamento e da preservação da saúde da comunidade. Estamos tendo que dar prioridade à vida e não à economia”, frisa a carta aberta publicada pelos voluntários em redes sociais.
Ainda segundo os líderes do movimento da barreira sanitária a prefeitura de Palmeiras, com certeza sofreu fortes pressões para que o decreto fosse derrubado e dessa forma os interesses empresarias estivessem acima da vida dos trabalhadores e moradores da região em um momento tão delicado como esse.
A nossa equipe de reportagem do Chapada News foi informada por meio de algumas lideranças do movimento que a possibilidade do Ministério Público ser acionado como forma de tentar reverter essa situação em virtude do Vale do Capão ser um espaço que concentra um grande número de pessoas, sobretudo de outros área de risco existe como forma de pressionar o poder público.
Diante da conjuntura posta, os voluntários do movimento decidiram que enquanto o decreto estiver em vigor não atuarão na linha de frente para fiscalizar a entrada e saída de pessoas de diversas regiões no Vale. Nesse contexto, conforme o movimento ficou impossível impedir a entrada da contaminação na comunidade. E os voluntários da barreira colocaram que além de expostos a isso, podem se tornar vetores de contágio para a própria comunidade. Por essa razão, o coletivo de voluntários da barreira do Capão decidiu que, na última quarta-feira (15), a partir das 6h da manhã, a barreira fosse desmobilizada e o Vale do Capão não terá mais controle de entrada e saída” de pessoas.
Por: Prof. Rodriggo Santana