Manaus vive novamente uma situação grave, com fim do oxigênio em algumas instituições médicas, segundo relatos divulgados na Folha de S. Paulo. A situação é dramática na capital do Amazonas, que também viveu uma primeira onda forte de covid-19 e volta a se ver em meio a uma crescente de casos.
“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, diz o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia. “Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”, acrescenta.
⠀
Sylvio Puga, reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), instituição que administra o hospital Universitário Getúlio Vargas, e outros profissionais de saúde da cidade confirmaram a situação.
https://www.youtube.com/watch?v=rZhMeIlk8uw
⠀
No hospital, uma profissional de saúde disse em meio a lágrimas que os pacientes estão sendo “ambuzados” – recebendo o oxigênio de forma manual, pois os respiradores não têm mais oxigênio. Ela detalhou que cada profissional consegue ambuzar um paciente por um máximo de 20 minutos, tendo depois que passar o lugar a outro técnico, numa rotina arriscada e cansativa.
⠀
Segundo Sylvio Puga, por falta de oxigênio os pacientes estão sendo atendidos com ventiladores mecânicos, que precisam de apoio de uma pessoa para funcionar.
⠀
Diante da situação da cidade, o governador Wilson Lima anunciou hoje um decreto que proíbe a circulação de pessoas em Manaus entre 19h e 6h. Todas as atividades, exceto as essenciais, estão proibidas de abrir. As medidas incluem a suspensão do transporte coletivo de passageiros entre rodovias e rios do estado. O governador também disse que o Estado entrou com ação na Justiça para que a empresa fornecedora de oxigênio garanta o abastecimento nas unidades de saúde.