As declarações de Rui Costa, na manhã desta segunda-feira (10), caíram como uma bomba entre os empresários do setor de eventos. O governador associou a alta no número de casos de covid-19 aos eventos que estão sendo realizados na capital baiana e outras cidades do estado.
“Desde outubro eu falo com as pessoas que organizam festas [ter o controle de acesso de vacinados], mas, infelizmente, eles não estão cuidando do negócio deles. Porque se a pessoa quer continuar fazendo festa, a primeira coisa que deveria fazer: as pessoas que entram devem ser vacinados e aí poderia fazer a festa, quando não é feito estamos colhendo o fruto disso”, disse.
Alessandro Teixeira dono da Agitus Produções de Seabra na Chapada Diamantina, além de afirmar a realização do Seabra Light com segurança, se disse surpreso com a declaração e decisão do Governador.
“Nós do Seabra Light, sempre nos cuidados e ofertamos ao nosso público durante todas as nossas edições muita segurança e conforto. Não vai ser diferente em 2022. Aferir a temperatura de todas as pessoas, como também, exigir o comprovante de vacina contra a corona vírus (comprovante das 2 doses). O setor de entretenimento ficou 2 anos sem atuar, estamos retornando com todos os cuidados e cautelas com os consumidores do espetáculo. Tenho certeza que iremos realizar um Seabra Light 2022, com muita segurança!”
Nei Ávila, diretor da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), disse ter ficado perplexo com as declarações do governador. “Me estarrece ele querer colocar a culpa no setor, que foi um dos mais fragilizados de todos. É lamentável”, declarou ao revelar que o gestor estadual tem evitado se reunir com os empresários há meses.
“Diferente do que ele fala, nós que estamos tentando uma audiência há quase um ano para discutir e nunca fomos atendidos. Inclusive, o governo se omitiu ao chamado do Ministério Público, para tratar das retomadas dos eventos. A prefeitura foi, a secretaria de Saúde também, e o governo não mandou nenhum representante”.
O discurso é reforçado por Guiga Sampaio, sócio da Diva Entretenimento. “Tentar marginalizar o segmento de entretenimento é de uma injustiça sem precedentes. Dizer que o surto de Covid e gripe é “fruto” dos eventos é uma grande blasfêmia. Não obstante de não nos apoiar, nem criar nenhum subsídio para o segmento, o que assistimos com muita tristeza, é o nosso líder nos imputar culpa, irresponsabilidade e falta de profissionalismo”.
Informações do BNews com adaptação do ChapadaNews