
A Chapada Diamantina é um lugar exuberante para quem procura sossego e aventura, tendo como principal porta de entrada para a região, a cidade de Lençóis, que costuma receber turistas nacionais e internacionais. Porém, desde março de 2020 o aeroporto da cidade teve as atividades interrompidas, o que vem causando impactos para comerciantes locais e dificultado o acesso à Chapada.
Em entrevista ao Jornal do Meio-Dia, da Rádio Nova Web, nesta segunda-feira (14), Carlos Beato, sócio-diretor do Hotel Canto das Águas, em Lençóis, destacou os enormes impactos que o fechamento do aeroporto vem causando na economia da Chapada como um todo.
Para Carlos, o último verão mostrou um cenário extremamente positivo, pois com a pandemia mais controlada, o brasileiro voltou a circular mais dentro do território e a Companhia Azul Linhas Aéreas já havia disponibilizado, pela primeira vez, quatro voos semanais saído de Belo Horizonte, já havia oito voos para a Chapada Diamantina, quando então, de repente, a concessão da administradora foi retirada.
“O cenário estava extremamente lindo, até que se retirou essa concessão. Nós Fizemos um apelo veemente junto Secretaria de Infraestrutura para que pelo menos deixasse passar um verão com essa empresa administrando para que nós não perdêssemos isso. Porque com uma frequência dessa o aeroporto já começa se autossustentar, as taxas que a companhia iria pagar talvez já poderiam ser um atrativo para futura licitação”, explica Carlos.
Em nota ao Correios 24 Horas, em 10 de janeiro de 2022, a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) informou que o contrato com a operadora São Francisco, que administra o aeroporto, venceu e as atividades foram suspensas por falta de empresa administradora. Ainda afirma que a previsão para que fosse realizado o processo de contratação de uma nova empresa seria em janeiro de 2022. Já Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, também por nota, que o aeroporto, está aberto ao tráfego aéreo e que a São Francisco, contratada pelo Governo da Bahia, ainda constava como operadora.
Para Carlos, o turismo recebido em Lençóis, erradia na economia de todas as cidades da Chapada Diamantina, inclusive em Seabra, que é vista por ele como um grande Supermercado que serve toda a região, e um aeroporto traz grande motivação para a economia de qualquer localidade, faz a economia reacender. É um avanço para a região. E para ele a Chapada Diamantina, nesse sentido, está passando por um enorme retrocesso.
“Isso é um enorme retrocesso e as ações que têm acontecido parece que estão cada vez mais deixando o aeroporto de lado, retirando os bombeiros do aeroporto… a gente começa imaginar que não é de interesse nenhum voltar a colocar essa operação, isso nos preocupa muito, enquanto hoteleiros, principalmente em Lençóis”, externa Carlos.

O Aeroporto é fundamental para as pessoas que vem de mais longe, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, pois chegariam em menos tempo, cerca de 1 hora, enquanto que de ônibus, teriam que ir a Salvador e fazer mais 7 horas de viagem terrestre. Isso é tempo desperdiçado para o turista que poderia ficar mais tempo curtindo a Chapada. Esse fechamento tem provocado muitos cancelamentos de reservas nos hotéis de Lençóis.
“O turista, sabe da existência desses voos, e quando nos pergunta [na recepção] sobre os voos e dizemos que não tem, ele diz que então vai esperar os voos retornarem. Simples assim. Então, nós tivemos uma avalanche de desistência de reserva, eles falam simplesmente que quando os voos retornarem virão para cá”, desabafa Carlos. Confira a entrevista:
Chapada News