Se antigamente era comum mulheres adotarem o sobrenome do marido após o casamento, hoje, cada vez menos noivas têm tomado essa decisão. De acordo com a Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen-BA), casais baianos têm optado por manterem os nomes originais de família, o que resultou numa queda de 90% no número de mulheres que adotam sobrenome do marido no matrimônio.
Há 20 anos, a publicação do Código Civil de 2002 possibilitou noivos a adotarem o sobrenome do outro no casamento e, desde então, era comum ver, principalmente mulheres, optando por essa possibilidade. Na época, segundo a Arpen-BA, o percentual de mulheres que adotavam o sobrenome do marido no casamento era de 64,7%. No entanto, a associação aponta que, ao longo dos anos, o cenário foi mudando expressivamente.
Entre 2002 e 2010, a média de mulheres que escolhiam acrescentar sobrenome do marido no matrimônio passou a representar 58%. Já de 2011 a 2020 o percentual passou a ser de 15,29%. Atualmente, 92% dos casais têm escolhido manter os sobrenomes de família.
Outra possibilidade gerada pelo atual Código Civil brasileiro é a adoção do sobrenome da mulher pelo homem, prática essa que ainda não “vingou” na sociedade baiana, e representava, até 2021, apenas 0,18% das escolhas no momento do casamento. Ainda no ano passado, a mudança dos sobrenomes por ambos os cônjuges no casamento representou apenas 1% das escolhas.