O objetivo é diminuir o tempo de espera para se receber um transplante de coração, rim, pele e córnea, além de diminuir os custos dos procedimentos.
A pesquisa é encabeçada há cinco anos pelo professor emérito da FMUSP Silvano Raia e pela professora do Instituto de Biociências (IB) Mayana Zatz. O estudo é considerado pioneiro na América Latina.
Outros estudos internacionais já apontavam os suínos como uma das espécies mais compatíveis com os humanos, por conta das semelhanças fisiológicas. Já a modificação genética é aplicada para diminuir os riscos de rejeição dos órgãos.
“O xenotransplante é um avanço. Nos últimos 20 anos, foram realizados 2 milhões de transplantes no mundo. Houve um aumento de demanda, mas não houve aumento proporcional da disponibilidade de órgãos. Então, há uma demanda reprimida, muitos morrem à espera de órgãos e os suínos se mostraram os mais adequados”, afirmou Raia em cerimônia.
Na última sexta-feira (19), a USP e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) assinaram uma carta de apoio, que estabelece que o governo e a universidade farão um investimento de R$ 5 milhões cada no desenvolvimento do procedimento.
Os cientistas comemoram a conclusão da edição genética e a criação dos primeiros embriões modificados. Quando o estudo for concluído, caberá à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analisar o método.