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Chapada: Jornalistas do Repórter Brasil recebem menção honrosa com sensível reportagem sobre comunidade quilombola de Piatã

Os jornalistas Daniel Camargos e Fernando Martinho (repórter fotográfico), do veículo Repórter Brasil, receberam nesta terça-feira (25) uma Menção Honrosa, no 44° Prêmio Vladimir Herzog Especial 2022. Prêmio esse recebido por uma reportagem, sobre como uma mineradora no município de Piatã na Chapada Diamantina, afeta a vida dos humildes moradores de uma comunidade quilombola.

A sensível reportagem, que escuta os moradores e traz suas angústias e anseios está disponível em: “Mineração arada: quilombolas barram avanço de empresa inglesa na Chapada Diamantina”. A reportagem descreve o cenário e as crenças do povo da comunidade quilombola da Bocaina e Mocó. No relato dos moradores é possível sentir como é dura a vida de pessoas que vivem vizinhas do empreendimento Brazil Iron, e aponta o impacto das explosões como cicatrizes que racham as paredes de sua casa.

Na reportagem também é possível saber sobre a polêmica interdição do INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recurso Hídricos), semanas depois de a equipe da Repórter Brasil entrevistar Leonísia (moradora da comunidade de Bocaina). A reportagem também faz alusão ao livro “Torto Arado” do escritor baiano Itamar Vieira Junior.

E por fim retrata com um lindo desfecho a comemoração à interdição temporária da mineradora pelas duas comunidades quilombolas.

Cerimônia

A noite de premiações e homenagens foi conduzida pelo jornalista Juca Kfouri e começou ao som de “O Bêbado e a Equilibrista”, canção imortalizada na voz de Elis Regina e que virou hino da anistia na fase final da ditadura militar.

Os pronunciamentos da noite também foram marcados por críticas ao projeto ditatorial do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela importância de eleger o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para preservar a democracia e recuperar a defesa dos direitos humanos.

“Essa é uma eleição para salvar o país”, disse Edgar Rebouças, um dos organizadores do Prêmio Herzog.

Sobre o prêmio

A noite foi também de entrega do Prêmio Herzog a reportagens sobre direitos humanos escolhidas por um júri formado por especialistas de várias regiões do país. Todos os vencedores de 2022 podem ser conhecidos aqui. Foram premiados diversos veículos nas categorias arte, fotografia, áudio, multimídia, vídeo, texto e livro-reportagem.

A premiação especial é um reconhecimento das seguintes organizações, além do Instituto Vladimir Herzog e da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalistas Investigativo (Abraji); Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; e Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.

O Prêmio Vladimir Herzog foi criado em 1978 durante o Congresso Brasileiro de Anistia, realizado em Belo Horizonte (MG). Perseu Abramo (1929-1996), então diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, deu a ideia de batizar a premiação com o nome de Vladimir Herzog, jornalista assassinado pela ditadura militar brasileira em outubro de 1975 e símbolo da resistência contra o regime autoritário instaurado no país em 1964.

Chapada News.

 

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