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CHAPADA: Após 20 anos do programa Luz Para Todos, mordores de povoado de Lençóis e Palmeiras ainda vivem sem energia elétrica

Energia Solar no Barro Branco | Foto: Barro Branco Sonoro

Mesmo com o programa “Luz Para Todos” criado em 2003, moradores da zona rural da Chapada Diamantina ainda vivem às escuras. A energia elétrica não chegou a municípios da região como Lençóis e Palmeiras. O programa federal foi instituído no primeiro mandato do governo Lula (PT) para implementar a universalização do acesso à energia elétrica a famílias que ainda não tinham este serviço público. No entanto, há áreas rurais da Bahia que seguem sem luz.

Morador da região do Barro Branco há 16 anos, Milton Durval Ferreira esclarece que o problema não atinge todo o município, mas exclusivamente a sua localidade. “A gente mora em uma zona rural afastada da cidade e aqui nunca chega energia para a gente. O único lugar que não chega [em Lençóis] é aqui no Barro Branco. A fala é de que vai chegar luz de poste, mas até agora nada”, relata.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, entregou no posto da Coelba de Itaberaba o requerimento para energia na Vila do Barro Branco, no ano de 2010. Um assessor da prefeitura de Lençóis a informou que a instalação de rede elétrica geraria um “custo excessivo”. A moradora possui em sua casa placas solares, mas percebeu que os vizinhos não tinham recursos para adquirir o equipamento, o que a levou a fazer o pedido à Coelba.

Mesmo aqueles com acesso ao sistema não são atendidos plenamente. Conforme relatos dos moradores ao Metro1, a geração de energia atende apenas demandas menores como acender a luz, não é capaz de suprir necessidades que requerem um consumo maior, como o funcionamento de geladeiras e televisões.

A moradora relata ainda que, à época, foram feitos levantamentos das casas existentes na área. Estimou-se que haviam 29 moradias carentes do serviço. Na ação, funcionários da Coelba foram ao local buscar assinaturas de concordância dos proprietários das casas, mas a companhia não deu retorno.

Caroline Ferraz, que também é moradora da localidade, contou que chegou a participar de uma consulta pública da Coelba e fez questionamento sobre a situação. “Mas nunca foram respondidos, ficaram de nos retornar por e-mail ou whatsApp. Em quanto isso vamos torcendo para Coelba tomar providências”, declarou.

Procurada pelo Metro1, a Neoenergia Coelba informou que a região está situada em uma área de Proteção Ambiental, necessitando estudos específicos para a execução da obra. Ainda de acordo com o órgão, os projetos foram realizados e estão sendo readequados visando atender a obrigações impostas pela legislação. A companhia não deu um prazo para atender ao pedido dos baianos sem energia elétrica.

(Por Metro1)

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