O cachorro que ficou gravemente ferido após ser espancado com pelo menos oito pauladas em Itaberaba, na região na Chapada Diamantina, na Bahia, conseguiu ficar em pé, se alimentou e bebeu água por vontade própria. Apesar da evolução, ainda apresenta um quadro de saúde preocupante.
Inicialmente, a informação era de que o animal havia morrido após o ataque. Porém, a informação que chegou à imprensa foi equivocada. Após as agressões, o cão sobreviveu e foi resgatado pelo diretor da ONG Cão Rua, Marcos Guedes, juntamente com o diretor administrativo do Consórcio Interfederativo de Saúde da Região de Itaberaba e Seabra, Léo Vieira. Eles levaram o cão para a clínica ProBicho, em Itaberaba.
Segundo a veterinária Anne Raphaelle Flick, que tem cuidado do animal, conhecido como Duke/Pretinho, após a agressão, o cachorro chegou na clínica com hemorragias ocular, nasal e na cavidade oral.
“Ontem foi uma surpresa ele chegar na clínica com vida. Assistindo as imagens, a gente imaginou que ele não conseguisse sobreviver”.
De acordo com a veterinária, as pancadas, que pelo vídeo parecem que foram apenas na parte torácica abdominal, também atingiram a cabeça, causando um traumatismo craniano. O animal chegou agressivo no local, porque estava traumatizado e sentia muita dor.
“Assim que chegou a gente fez um controle de dor e ele está internado”.
Problemas diagnosticados pela equipe médica:
Após a realização de exames de sangue, foi diagnosticado que o cachorro está com anemia; Uma ultrassonografia mostrou que o cão tem um comprometimento no baço, provavelmente causado pelas pancadas e um muscular, uma hérnia inguinal; O cachorro chegou a clínica hipotérmico e agora está com a temperatura normal.
“É um milagre estar vivo, porque diante da cena, o que ele teve, o que ele está apresentando é pequeno diante do que a gente viu”, opinou Anne Raphaelle Flick.
Ainda segundo a veterinária, o cão vai passar com uma avaliação com um urologista e fazer um exame Raio-X.
“Hoje conseguiu ficar em pé, se alimentou e bebeu água por vontade própria, mas ele está extremamente reativo ao contato, porque ele está traumatizado”, afirmou.
“Ele está estável e eu espero que saia dessa bem. Minha equipe vai fazer o possível para salvá-lo.”
O que diz a defesa do suspeito
A defesa do suspeito informou que a ação de Nivaldo Jesus de Santana, de 37 anos, não foi uma reação aleatória e sim uma reação a dois acontecimentos. Segundo ela, na semana passada, o mesmo cachorro mordeu o filho dele e na quarta-feira (14) o cachorro teria mordido Nivaldo em cinco partes diferentes do corpo.
A defesa de Nivaldo de Santana informou ainda que tem testemunhas que o cachorro teria mordido outras pessoas também. Contou que ele não se apresentou na delegacia, porque o delegado da cidade não estava no município. Afirmou que vai marcar a apresentação do suspeito.
Entenda o caso
O caso aconteceu na praça J.J. Seabra, na noite de terça (13/6) e foi registrado na delegacia na quarta-feira (14/6) e será investigado pela Polícia Civil.
A prefeitura da cidade chegou a noticiar a morte do cachorro, através de uma nota de repúdio publicada em uma rede social. Contudo, na tarde de quarta-feira, a veterinária Anne Raphaelle Flick afirmou que o animal foi encontrado com vida e resgatado por volta das 15h.
As agressões foram filmadas por uma câmera de segurança. O vídeo mostra que o suspeito foi até a praça com um pedaço de pau e se aproximou do cachorro. Após dar o primeiro golpe, o animal tentou fugir, mas o homem foi atrás dele.
O cachorro foi agredido diversas vezes e ficou caído no chão. Mesmo após o animal parar de se mexer, o suspeito continuou as agressões. Depois, saiu caminhando normalmente pela praça.
Segundo a veterinária Anne Raphaelle Flick, os moradores da cidade acharam que o cachorro havia morrido, porque após as agressões sofridas na noite de terça, ele desapareceu. O animal só foi encontrado mais de 10 horas depois, no centro da cidade. Ele estava bastante debilitado e com muitos machucados na região da cabeça.
Fonte: g1