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Entregadores depredam casa de cliente após cancelamento de pedido

Um grupo de entregadores por aplicativo depredou uma casa no bairro de Jardim Acácia, em Feira de Santana, após o cancelamento de um pedido na última quinta-feira (27). Segundo o padrasto da vítima, um homem de 25 anos, a revolta foi provocada por um mal-entendido, já que, mesmo com a desistência — devido a um atraso de mais de uma hora —, o lanche foi entregue minutos depois, e o respectivo valor, pago automaticamente por meio da plataforma iFood.

“Ele precisava sair e resolveu iniciar o cancelamento do pedido pelo aplicativo, que não é automático. Depois disso, o entregador chegou, e ele [o jovem] viu que ainda existia a possibilidade de ‘marcar’ como recebido o lanche, então, o colocou na cozinha e foi embora”, relatou o padrasto, que, por medo, preferiu não revelar a identidade dele nem a do enteado.

Por outro lado, o entregador alega que o cliente teria o atendido, voltado para dentro de casa, a fim de verificar o código do pedido, e não saído mais. Quando o cancelamento do pedido foi notado pelo restaurante e o profissional foi pegar o produto de volta, o rapaz já não estava lá. Ele, então, publicou um vídeo no WhatsApp falando que o cliente o teria enganado. “Entrou, ‘se malocou’ e não tá saindo, não. Já buzinei e gritei o nome dele aqui, e nada”, diz, expondo o endereço da residência.

Em seguida, um grupo com ao menos outros 15 entregadores chega ao local e começa a depredação. Toda a situação foi registrada por câmeras de segurança instaladas na casa, até que um deles usa o capacete para interromper o funcionamento dos dispositivos. Do lado de dentro do muro, porém, é possível ver o portão sendo derrubado e sacos de lixo sendo arremessados sobre o telhado. Além disso, fotos mostram pedras e pedaços de vidro espalhados pela área externa do imóvel.

Ao ter chegado na rua onde mora, o cliente logo percebeu a ação dos entregadores e estacionou o carro mais distante da residência, de onde conseguiu continuar acompanhando o que acontecia. “Nesse intervalo, telefonaram para o número dele. Primeiro, tentaram se passar por vizinhos, mas, depois, falaram que, se ele denunciasse, iriam voltar e fazer de novo, com arma e tudo”, contou, assustado, o padrasto do jovem. “Dormir, de ontem para hoje, foi bastante complicado.”

O caso foi registrado na 2ª Delegacia Territorial (DT) de Feira de Santana, que investiga a ameaça e os danos sofridos pelo rapaz. “A unidade segue com as investigações para identificar e localizar os suspeitos”, informou, por meio de nota, a Polícia Civil (PC).

Entregador prestava serviço diretamente ao estabelecimento, diz plataforma

Responsável por ter intermediado o pedido em questão, o iFood afirmou que “não tolera, de jeito nenhum, o uso da violência, seja ela física ou verbal, de qualquer usuário cadastrado no aplicativo, sejam consumidores, estabelecimentos parceiros ou entregadores”. Disse, ainda, que o desvio de conduta pode acarretar suspensão ou banimento da plataforma, “de acordo com o que está estabelecido nos Termos e Condições”.

Além disso, o iFood alegou que o entregador prestava serviço diretamente ao estabelecimento e não possui conta vinculada à empresa. “Nesse caso, a plataforma atua na modalidade marketplace, na qual os parceiros contratam os serviços do iFood para expor o seu estabelecimento no app. Dessa forma, o restaurante é o responsável pela logística e entrega direta dos pedidos”, esclareceu.

“Neste momento, o iFood está em contato com o cliente, para orientá-lo, e também com o restaurante parceiro, para entender a ocorrência”, finaliza o texto.

Com informações do Correio

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