O primeiro prognóstico da safra de 2024 aponta uma redução de 2,9% de grãos colhidos na Bahia em comparação ao número previsto para 2023, que é de 12,14 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca (IBGE). A previsão é de que 11,79 milhões de toneladas de grãos sejam colhidas no próximo ano.
Um dos fatores que determinaram esse prognóstico é o calor. As altas temperaturas e a falta de chuva nas regiões de produção agrícola influenciam em uma possível redução de safra, como aponta o engenheiro agrônomo Assis Pinheiro Filho, diretor de Desenvolvimento Agrícola, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri).
“A temperatura tem sua parcela de culpa. Os eventos climáticos extremos, como a atual onda de calor, afetam diretamente a produção agrícola, resultando em perdas significativas de colheitas e redução na qualidade dos alimentos”, pontua.
Sob efeito do El Niño, fenômeno natural que tem como característica o aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, e outros fatores relacionados às mudanças climáticas, regiões produtores têm registrado temperaturas acima de 30°C, o que pode causar impactos na produção. O que pode ser visto no atraso da semeadura de soja e milho no Oeste baiano.
De acordo com o gerente de infraestrutura da Aiba Luiz Stahlke, o calor aumenta a temperatura do solo, causando problemas na germinação das sementes e no desenvolvimento das plantas já emergidas, o que gera danos ao setor. As altas temperaturas diminuem a umidade necessária do solo rapidamente, interferindo no ritmo de plantio dos produtores.
“Com o clima incerto, os produtores diminuem o ritmo de plantio. Por isso, os problemas de replantio são pontuais, sem registro de problemas em larga escala. O principal impacto causado pela condição climática é a quantidade de área plantada, que está bem abaixo do normal”, explica Stahkle.
Brasil
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados no início do mês de novembro, a produção brasileira de grãos na safra de 2023/2024 deve registrar uma redução de 1,5% abaixo do volume produzido em 2022/2023. A próxima safra deve atingir 316,7 milhões de toneladas, 4,7 milhões de toneladas abaixo do valor produzido nesta safra.
Com informações do Correio