O médico Antônio Marcos Rego Costa, acusado de matar a ex-companheira (natural de Piatã na Chapada Diamantina), e abandonar o corpo dela em um matagal às margens da BR-116, em Feira de Santana, foi condenado em Júri Popular a 23 anos, quatro meses e 15 dias de prisão pelo assassinato. A sentença foi proferida na última quinta-feira (07), após 12 horas de julgamento no Fórum Desembargador Filinto Bastos, no município onde ocorreu o crime.
São 22 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado, e um ano, quatro meses e 20 dias por ocultação de cadáver, totalizando os 23 anos, quatro meses e 20 dias. Segundo o advogado do condenado, Antônio Carlos dos Santos Filho, a defesa vai recorrer da decisão. O desejo foi manifestado ainda durante a audiência.
“A tese da defesa durante todo o processo foi a da negativa de autoria. No entanto, em relação ao recurso, a defesa recorrerá em relação a aplicação de uma das qualificadoras imputadas ao médico Antônio Marcos que, embora houvesse manifestação do promotor de justiça para que a aludida qualificadora não fosse reconhecida pelos jurados, a mesma foi reconhecida e aplicada no momento da prolação da sentença”, explica o advogado.
Ainda segundo a defesa, a qualificadora em questão é a que fala sobre a impossibilidade de defesa da vítima que, na visão do promotor de justiça, não se sustentou nem foi provada a sua ocorrência de acordo com toda a prova carreada nos autos da ação penal.
O júri foi presidido pela juíza Márcia Simões Costa, que aplicou a pena ao réu. O médico aguardou o julgamento preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, para onde voltou após a condenação por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O crime aconteceu em agosto de 2021. Antônio Marcos foi preso preventivamente em setembro do mesmo ano, após se apresentar na delegacia da cidade acompanhado de um advogado.
Relembre o caso
Gabriela Jardim Peixoto desapareceu em 22 de agosto de 2021, na cidade de Feira de Santana. O médico Antônio Marcos é apontado como a última pessoa a se encontrar com a vítima, que foi achada morta às margens da BR-116, seminua em um matagal no dia 28 de agosto.
A queixa do desaparecimento de Gabriela foi feita no dia 23 por outro ex-marido dela, com quem ela tinha uma filha de 12 anos. O médico partiu do Acre, seu estado natal, para se apresentar à polícia no dia 3 de setembro de 2021. Ele viajou para lá logo depois do desaparecimento de Gabriela.
A polícia apreendeu o carro de Antônio Marcos, que estava guardado por dois amigos em um condomínio. Testemunhas informaram à polícia que os dois tinham uma relação tumultuosa e que o médico era muito ciumento.