A seca que assola a Bahia tem se convertido em chamas na região de Jacobina, no norte do estado, onde as áreas de mata e até região urbana registram frequentes incêndios. De acordo com a Defesa Civil do município, nos últimos 150, 19 incêndios foram registrados na cidade, sendo 13 deles em áreas florestais, quatro em área urbana e dois em residências. A população, no entanto, diz que o número é maior e que, na última semana, a situação se agravou.
Morador do município, Cid Eduardo Menezes, 42 anos, se juntou a uma brigada voluntária de combate ao fogo que, no início da semana, passou três dias na serra para impedir que as chamas se espalhassem. “Começou segunda e foram três dias de fogo. Só depois disso que o fogo amenizou. Enquanto o avião fazia o rescalde da área de incêndio, a gente apagava os focos na montanha com enxadas e mais de 20 pessoas para cercar as chamas e impedir que elas avançassem para os povoados”, conta.
Ele conta que, após este incêndio de maior proporção, outros focos de chama ainda ficaram nas montanhas ao longo da semana. Subsecretário da Defesa Civil de Jacobina, Daniel Reis confirma o incêndio, mas destaca que a situação foi controlada com o trabalho dos bombeiros, da brigada do município e também das brigadas voluntárias que atuaram no local. As áreas de serra, porém, seguem em estado de observação por parte da prefeitura.
“O incêndio de maior proporção se iniciou por conta de um curto-circuito na região da Grota da Fazendinha. De imediato, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o incêndio se estendeu e atingiu as serras, se prolongando. […] Com a equipe dos bombeiros, a equipe da Defesa Civil e as brigadas, foi possível controlar. Agora, estamos em fase de monitoramento”, explica o subsecretário. Ainda sim, a gestão municipal decretou estado de emergência por 90 dias pela estiagem.
Os incêndios na região do município são mais frequentes há pelo menos 30 dias, de acordo com moradores. E, segundo o condutor ambiental Ícaro Rios, 24, têm mais de uma causa. “Além do curto-circuito na subestação e os incêndios de causa natural pelo fato de não chover há cinco meses, há também os incêndios criminosos. Muitos ainda insistem em limpar terreno para cultivo com fogo e, com a vegetação seca, as chamas se alastram muito”, relata Ícaro.
O cenário nas áreas atingidas pelo fogo é de destruição e faz com que moradores se mobilizem. Segundo a Defesa Civil, mais de 100 participam de brigadas voluntárias para atenuar o impacto dos incêndios. Mesmo com a mobilização, mais de 500 hectares foram queimados no incêndio desta semana.
Com informações do Correio.