Quando Tony Salles e Léo Santana anunciaram o ‘tu vai ficar de perna bamba’ durante a folia, esqueceram de avisar que o sintoma seria literal depois da festa. É que, com o fim do Carnaval, chegou a virose que alguns batizaram com o nome do hit da dupla e outros chamam de ‘Macetando’, em referência à música de Ivete Sangalo. Seja qual for o nome, não falta soteropolitano prostrado e de cama depois de participar da agonia nas ruas. Algumas emergências de hospitais, inclusive, parecem a pipoca de Ivete Sangalo na Avenida dia de terça-feira.
Nem precisou ter ido todos os dias para estar assim. O estudante Petkovic Januário, 24 anos, foi só na segunda-feira (12). No entanto, um único dia valeu por dez para um corpo que estava fragilizado. “Uma semana antes, estava com sintomas gripais e achei que não iria para o Carnaval. Porém, do sábado para o domingo, eu melhorei. Então, fui na segunda de tarde e só voltei para casa na manhã de terça. Antes disso, ainda tomei banho de piscina, na chuva, às 4h”, lembra ele.
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Petkovic afirma que os sintomas chegaram rápido. “Na quarta, além de voltar a ter coriza, comecei a sentir meu corpo mole e percebi que estava estranho. Estou me sentindo mal, enjoado, com diarreia e uma sensação de vômito toda hora. Naquele dia, só fui com uma refeição na barriga e voltei com ela, sem comer no circuito”, descreve o estudante. Relatos como o dele não faltam nas redes sociais e os memes sobre a virose estão espalhados.
A infectologista Clarissa Ramos explica que a virose, apesar de esperada, é recorrente depois do Carnaval por conta da quantidade de pessoas reunidas e o comportamento comum que se tem na folia. “As multidões são muito decisivas no fator de contágio porque, quando há proximidade entre pessoas se tem transmissão da doença. Isso é um fator determinante no caso das viroses respiratórias , como a que está sendo relatada”, diz.
“Essas viroses são transmitidas por gotículas, por saliva, assim como ocorre com a Covid-19. Então, um contato próximo, com menos de um metro de distância da pessoa, facilita a transmissão da doença. Imagine só no Carnaval, onde se tem beijos, uma proximidade e intimidade maior. Há um risco bem mais alto de transmissão”, explica Clarissa, que coloca a proximidade como fator mais decisivo para contágio que as longas jornadas sem alimentação, hidratação e descanso mínimos.
Com informações do Correio