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Cientistas descobrem potencial tratamento contra Alzheimer que pode ser aplicado 20 anos antes da doença aparecer

Estimular o cérebro com correntes elétricas poderia prevenir sintomas de Alzheimer até 20 anos antes da doença se manifestar, descobriram pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, em um estudo feito com ratos em laboratório.

Segundo os cientistas, o tratamento poderia interromper a deterioração das células cerebrais e prevenir a perda de memória e o declínio cognitivo quando visasse as áreas do cérebro que são danificadas durante a doença de Alzheimer.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores fixaram eletrodos cirurgicamente no cérebro dos roedores, e uma vez por mês emitiam ondas elétricas de baixo nível para impedir a formação de proteínas prejudiciais no cérebro e o encolhimento do centro de memória do cérebro.

Eles descobriram que as correntes elétricas evitaram a deterioração que poderia ser um sinal de Alzheimer, o que, segundo eles, seria equivalente a 10 a 20 anos antes do diagnóstico em humanos, conforme relato do Daily Mail.

A autora do estudo, Dra. Inna Slutsky, disse: “Isso indica um potencial para prever a doença no estado latente, antes do início do declínio cognitivo”.

Mudanças durante o sono

A equipe analisou mudanças no cérebro que ocorrem durante o sono, o que, segundo eles, ocorrem frequentemente quando os primeiros sinais da doença se desenvolvem.

Para testar isso, os pesquisadores colocaram os ratos para dormir sob anestesia para estudar as mudanças que ocorrem no hipocampo, o centro de memória do cérebro.

A Dra. Inna Slutsky também relatou que esses sinais de declínio podem aparecer anos antes dos sintomas de demência.

Os pesquisadores descobriram que os ratos tiveram “convulsões silenciosas” no hipocampo enquanto dormiam, que parecem convulsões nas tomografias cerebrais, mas não causam nenhum sintoma externo. As convulsões silenciosas podem ser sinais de deterioração do cérebro.

A equipe utilizou a estimulação cerebral profunda (DBS), um procedimento cirúrgico em que eletrodos são colocados em áreas específicas do cérebro. Esses eletrodos são conectados por fios a um dispositivo colocado sob a pele, próximo ao tórax.

O dispositivo envia pulsos elétricos sempre que o cérebro produz sinais anormais, como aqueles que resultam em problemas de memória, problemas de equilíbrio e dificuldades de fala.

No estudo, publicado em novembro na revista Nature Communications, a equipe de Shoob descobriu que o DBS suprimiu o excesso de atividade, prevenindo o declínio cognitivo já 20 anos antes do início do Alzheimer.

Sinais da doença

A equipe observou que os pacientes com Alzheimer em geral apresentam vários sinais de deterioração no cérebro. Isto inclui a acumulação das proteínas beta-amiloide e tau, que podem destruir as células cerebrais responsáveis pela memória.

Além disso, o centro de memória e aprendizagem do cérebro – o hipocampo – diminui e há aumento de atividade durante o sono. Isso leva à perda de memória.

Os investigadores concentraram-se em encontrar medidas de proteção contra este declínio.

Shiri Shoob, estudante de doutorado na Universidade de Tel Aviv, disse: “Entre 10 a 20 anos antes do aparecimento dos sintomas familiares de comprometimento da memória e declínio cognitivo, mudanças fisiológicas ocorrem lenta e gradualmente no cérebro dos pacientes”.

A equipe planeja realizar testes clínicos em humanos a seguir.

Com informações do Época Negócios

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