Na semana passada, a equipe do Hospital Regional da Chapada (HRC) recebeu um treinamento específico para o trabalho com pacientes em suspeita de dengue. A equipe assistencial, que envolve enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapautas, teve a chance de se atualizar nos protocolos e procedimentos mais recentes sobre o manejo clínico desses pacientes, especialmente, no que diz respeito ao fluxo de atendimento.
De acordo com a coordenadora no núcleo de epidemiologia do hospital, Elaine Públio, o cenário epidemiológico, com o aumento das notificações – e dos casos – da doença em todo o estado, fez com que houvesse a necessidade de trazer mais informações e aprimorar ainda mais as estratégias de enfrentamento, com vistas a otimizar o tempo de atendimento e reduzir as chances de agravamentos e óbitos por dengue, chikungunya e zika, as arboviroses transmitidas pelo mosquito aedes aegypti.
“Este é um momento muito importante para os profissionais que atendem os casos suspeitos de dengue esclarecerem as dúvidas. A identificação precoce de um paciente com dengue é muito importante. Todos devem estar atentos aos sintomas. Além do mais, a notificação do agravo é muito importante pois, com ela, nós organizamos as ações de combate ao vetor”, destacou Elaine. Em torno de 50 colaboradores do hospital participaram do treinamento.
Ainda segundo a coordenadora, no treinamento foi abordado o manejo clínico, que é o fluxo de atendimento ao paciente com suspeita de dengue de acordo com a sua classificação de risco. Após a avaliação e exame físico, ela conta que é importante conduzir o paciente de forma correta para que a intervenção possa ser feita o mais rápido possível, sempre se baseando tanto no relato do paciente, quanto no quadro clínico apresentado no momento e, também, no cenário epidemiológico. Isso tudo contribui para que o profissional de saúde possa realizar os procedimentos oportunos, evitando agravamentos e a subnotificação que vinha sendo um problema para o município de Seabra.
A enfermeira da qualidade Clara Nogueira foi uma das participantes do treinamento e conta que já não vivemos, pelo menos no HRC, um quadro de subnotificações. Na sua opinião, o treinamento ministrado por Elaine ajudou a equipe a tirar muitas dúvidas e mudar a forma de ver o paciente. “Uma parte que me chamou muito a atenção foi a questão da classificação de risco para esses pacientes sintomáticos, a gente consegue identificar melhor o paciente com suspeita de dengue para fazer a notificação”, contou.
De acordo com Clara, também foi abordada a forma de manejo de pacientes com comorbidades, dentro do fluxo da classificação de risco, o que promove agilidade em tratar os pacientes de acordo com a necessidade do grupo em que ele está incluído.
Na Bahia, já temos 175 municípios em estado de epidemia de dengue. Outros 67 estão em risco e 18 em alerta. São 45.386 casos prováveis da doença até o dia 9 de março de 2024, marcando um aumento de 307,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Ainda de acordo com o órgão, já são registrados 12 óbitos por dengue e dois por chikungunya, confirmados pela Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab.
Ananda Azevedo – Chapada News, o portal de notícia da Chapada Diamantina.