Uma denúncia levou ao resgate de seis mulheres que sofriam maus-tratos em um falso centro terapêutico para dependentes químicos. O caso aconteceu na cidade de Planalto, no sudoeste baiano.
Segundo informações da TV Sudoeste, uma das vítimas tinha 18 anos e outras cinco eram idosas. O espaço era controlado por um casal de pastores, que cobrava de R$ 500 a R$ 1 mil por mês para cuidar das mulheres.
Segundo a Polícia Militar, as seis vítimas foram resgatadas em uma ação da prefeitura da cidade, que teve suporte da 79ª Companhia Independente da PM. Elas foram encaminhadas para um Centro de Referência de Assistência Social (Creas) do município e, em seguida, devolvidas às famílias.
Situação das vítimas era de precariedade Crédito: Divulgação
Ainda segundo a TV Sudoeste, as mulheres foram encontradas trancadas em quartos, em péssimas condições de higiene, além de estarem em beliches feitos de ripas e com pregos expostos. Elas também eram proibidas de usar os banheiros e faziam suas necessidades em penicos.
No local, medicamentos controlados sem receita médica, entre eles estimulantes sexuais, também foram encontrados, apesar de nenhuma das internas ter cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) do município. Não há informações sobre como os remédios eram comprados.
Familiares das vítimas afirmaram que elas foram abusadas e estão muito abaladas. Segundo a reportagem, em alguns casos, os pastores além de cobrar a mensalidade, ainda pegavam o cartão de benefício social das vítimas para sacar o dinheiro e retê-lo.
O imóvel foi vistoriado por órgãos da prefeitura e pela PM, e foi constatado que as internas eram agredidas verbalmente, fisicamente e sexualmente. A polícia já ouviu a pastora e as seis vítimas. O pastor está desaparecido. Até o momento, ninguém foi preso.
Segundo a Polícia Civil, “um inquérito foi instaurado na Delegacia Territorial de Planalto para investigar uma denúncia de importunação sexual e maus tratos praticados contra seis mulheres resgatadas de um centro terapêutico, localizado no bairro Morada do Planalto. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por maus tratos foi lavrado contra uma mulher responsável pelo estabelecimento, o qual apresentava péssimas condições estruturais. Oitivas de funcionários e pacientes vão auxiliar na investigação”.
Com informações do Correio | Foto: Reprodução