A comunidade quilombola de Agreste, em Seabra, será palco do Encontro de Comunidades da Chapada Diamantina neste final de semana, nos dias 5, 6 e 7 de abril. O evento, que visa a construção de um mapa colaborativo que represente a identidade e as histórias das comunidades locais, promove não apenas como uma celebração da cultura regional, mas também como uma oportunidade para refletir sobre os desafios socioambientais que afetam a região.
Em entrevista, Carmelice Rosa, uma das lideranças da Comunidade Quilombola do Agreste, que sediará o evento, expressou sua expectativa em relação ao encontro. “Para mim, é um momento de criar, é um momento de conhecimento, né? Porque é uma coisa que a gente nunca construiu assim, um mapa junto com outras comunidades. E estamos na expectativa de criar um mapa territorial com várias comunidades”, compartilhou Carmelice Rosa.
Cláudio Dourado, antropólogo do Conselho Pastoral da Terra (CPT) da Bahia, trouxe sua perspectiva sobre a importância do evento e dos desafios enfrentados pelas comunidades locais: “Nossa preocupação é como o capital tem se apropriado desses conceitos, a exemplo das mudanças climáticas, para reajustar suas economias e construir novos mapas nessa geopolítica transnacional”, expressou Cláudio.
O antropólogo ainda destacou o caso do Atlas do Hidrogênio Verde do Estado da Bahia como um exemplo, apontando-o como uma suposta solução energética diante das mudanças climáticas, mas que na prática tem demandado recursos hídricos, principalmente no território da Chapada Diamantina, afetando o modo de vida das comunidades locais envolvidas no encontro.
Objetivos do encontro
O Encontro de Comunidades da Chapada Diamantina não apenas celebra a cultura e a identidade local, mas também serve como um espaço para impulsionar o aprendizado mútuo e o aprofundamento nos conhecimentos sobre o território compartilhado. O evento uma oportunidade única para as comunidades se unirem, compartilharem experiências e fortalecerem seus laços, enquanto constroem juntas um mapa que reflita a riqueza e a diversidade da região.
Fonte: Jornal da Chapada | Foto: Redes Sociais
