No início desse mês, duas mães atípicas, cujos filhos se encaixam na classificação do Transtorno do Espectro Autista (TEA) fizeram uma denúncia contra o Projeto Nova Canaã, por discriminação das crianças, uma menina e um menino, ambos com cinco anos.
Na ocasião, também foi registrado um boletim de ocorrência e as mães ameaçaram entrar com um processo no Ministério Público. As crianças, segundo as mães, foram chamadas de “este tipo de criança” por uma assistente social do projeto, que teria negado vaga em aulas de natação por conta de o projeto não ter verba para contratar um cuidador.
Na ocasião, o Chapada News e outros veículos não conseguiram contato com a direção do projeto para entender a situação. O diretor administrativo do projeto Canaã, Edmilson Nunes enviou uma nota de esclarecimento, relatando detalhes sobre o fato e afirmando que o Projeto Nadar, no centro da denúncia, é novo e que ainda está em fase de implantação.
O diretor relata que o projeto atende crianças socialmente vulneráveis, inclusive as com deficiência, há 24 anos e que, recentemente, recebeu o reconhecimento dos governos federal e estadual, por meio de convênios estabelecidos com a esfera governamental.
Segundo Edmilson, das 500 crianças atendidas pelo projeto, 26 têm algum tipo de deficiência. “E o compromisso da Fazenda Nova Canaã que nasceu, cresceu e existe, justamente, para diminuir as diferenças sociais, dando oportunidades para a população ireceense” relatou o diretor na nota de esclarecimento.
Especificamente sobre o fato, o diretor explicou o viés da instituição.
“Ainda sobre o fato ocorrido na sede da fazenda Canaã , cumpre-nos esclarecer que, duas mães que chegaram em nossa sede para solicitar vaga no PROJETO NADAR, para seus filhos autistas. Elas foram muito bem atendidas por uma assistente social e, após o procedimento interno, a matrícula ocorreu normalmente, sem qualquer problema. Em seguida, foram comunicadas que, em posterior contato, receberiam informações e a data do início da atividade: Aulas de natação.
Contudo, considerando ser um novo projeto da instituição, e em fase de implantação, está se adaptando para atender as crianças com deficiência e, por este motivo, estas mães não foram contatadas naquele momento. Assim, ao verem que as atividades escolares já haviam se iniciado, elas voltaram à Fazenda para saber o que havia ocorrido. A assistente social explicou que a matrícula de seus filhos estava válida, mas que não havia sido possível o contato devido a um problema na rede telefônica local, para comunicá-las que a Instituição está implementando as atividades, contratando os profissionais especializados, a fim de oferecer suporte às crianças. Infelizmente, as mães não aceitaram as explicações e, além de um boletim de ocorrência, acionaram um advogado. Contudo, considerando um novo projeto da instituição e, em fase de implantação, está se adaptando para atender crianças com deficiências”.
Na nota, o projeto não menciona a acusação sobre o termo que teria sido usado pela assistente social para se referir às crianças.
Foto: Reprodução TV Diamante