A Minerador Inglesa Brazil Iron, com atuação no município de Piatã, na Chapada Diamantina, emitiu comunicado nesta segunda-feira (21) em suas redes sociais, que iniciou, essa semana, “um processo de transição que colocará a empresa em uma nova era e mudará conceitualmente a planta localizada na região de Piatã”.
Segundo a empresa, a expectativa é de que essa transformação, a qual a Companhia se refere como uma verdadeira metamorfose, “implementará uma das mais modernas, eficientes e sustentáveis operações de extração e beneficiamento de minério de ferro no país”.
A Brazil Iron esclarece ainda que, ao termino da mudança, a Companhia será a primeira mineradora da Bahia “a trabalhar com emissão zero de carbono e 100% alinhada com as metas do Plano Nacional de Mineração 2050. A alteração ampliará a capacidade produtiva, sendo possível atingir a marca de 10 milhões de toneladas por ano”.
Entretanto, para que as mudanças ocorram e os objetivos sejam alcançados, a Mineradora suspenderá grande parte das operações de extração, beneficiamento e comercialização de minério da Mina Mocó. A interrupção dos trabalhos ocorrerá durante o processo de readequação da planta atual, cujo prazo ainda não é conhecido, pois depende de licenças ambientais necessárias.
Com essa decisão, demissões em massa devem acontecer, brevemente, no município de Piatã. Inclusive, o fato já preocupa o Gestor Marcos Paulo (PDT), que emitiu nesta terça-feira (22), pelas redes sociais, nota de esclarecimento, onde lamenta as demissões em massa e informa que não cabe à gestão nenhuma ingerência quando à decisão da Companhia, e se coloca “à disposição para contribuir para a retomada das atividades da mineradora, dentro dos limites legais de atuação, e o breve retorno dos colaboradores”, encera nota.
Histórico de impasses com as Comunidades Quilombolas onde operam
A Mineradora inglesa Brazil Iron, atua em Piatã e Abaíra há cerca de 12 anos, sendo a responsável em ranquear Piatã entre os primeiros municípios baianos com maior geração de empregos na mineração. Porém, a mineradora nunca obteve licenças definitivas para operar, somente de pesquisas. Já vinha sofrendo diversos impasses junto às comunidades quilombolas onde a mina está instalada. Essas comunidades tradicionais relatam poluição do ar, excesso de ruídos, contaminações do solo e mananciais, além de outros problemas que prejudicam o ecossistema e a vida dos moradores.
A Companhia também sofreu interdição temporária pelo INEMA (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) em abril desse ano, quando ficou fechada por mais de 40 dias e teve demissão em massa. Voltou a operar em agosto, por decisão judicial. Porém, em setembro de 2022, a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou ação Civil Pública pedindo a suspenção das atividades da mineradora, até que a mesma comprovasse o cumprimento de medidas determinadas em notificações de fiscalização ambiental.
Chapada News
Leia também
https://www.chapadanews.com/piata-prefeito-lamenta-demissao-em-massa-ocasionada-pela-interrupcao-da-mina-moco-pela-mineradora-brazil-iron/