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Palmeiras: greve dos professores chega ao 8º dia, domingo foi marcado por um ato pela educação no Vale do Capão

Negociações com a prefeitura não acontecem e o município segue sem aulas

Um ato realizado no Vale do Capão, nesse domingo, 24, levou pais, alunos, professores e a comunidade em geral para as ruas do distrito, em protesto pela situação educacional do município. A manifestação foi acompanhada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB Palmeiras), que prestou contas detalhadas  à população sobre as motivações da greve dos professores, que já dura oito dias.

O evento foi a forma da comunidade manifestar apoio à paralisação dos docentes, em vigor desde a última segunda-feira, 18, e reivindicar melhores condições nas escolas, o que inclui estrutura física, merenda, transporte escolar e a remuneração adequada aos professores. 

A manifestação faz parte de uma série de ações marcadas para chamar a atenção do poder público municipal, já que os professores e representantes da categoria não estão conseguindo promover negociações com a gestão, conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Palmeiras.

De acordo com Alana Patrícia de Araújo, presidente da APLB, os direitos dos professores não estão sendo cumpridos e as ações da gestão ferem o plano de carreira criado em 1996 e a Lei do Piso Nacional, instituída pelo governo federal. O governo municipal rebate, informando que está pagando o valor devido ao piso nacional, no entanto, este valor não chega aos contracheques dos docentes, segundo Alana. 

Ela conta que o repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) deveria estar sendo usado para pagamento dos professores, embora a gestão afirme que não há recursos suficientes. O sindicato alega que o pagamento da folha dos funcionários da educação não atinge nem mesmo os 70% do fundo que são destinados aos salários. Para chegar a esse entendimento, Alana conta que o sindicato contratou uma auditoria.

“O salário do professor é o mesmo de 2020, mas com a greve batendo na porta, a prefeitura pagou para alguns o valor aproximado de R$679,00, para outros R$390,00 e ainda para alguns professores o valor chegou a R$842,00, mas esses valores não condizem com o que é de direito, nem fomos chamados para esclarecer como foi feita essa conta”, explicou Alana para a comunidade, no evento no Vale do Capão

Ela afirma ainda que a prefeitura está tentando uma liminar na justiça para interromper a greve, mas que o sindicato pretende manter a greve até que sejam negociados os valores corretos e corrigidas os problemas da educação do município. “Isso que queremos mostrar para nossos meninos e meninas. Eles precisam ter voz numa sociedade que é tentada, todos os dias, a nos calar.” 

Uma estudante do 9º ano do Vale do Capão deixou seu recado em apoio à pauta dos professores: “Quero dizer como aluna que não me sinto prejudicada com a greve porque eu vejo os professores lutando pelos direitos deles e eu me sinto também inspirada a lutar pelos meus direitos. Vou para o ensino médio no ano que vem e vou levar isso comigo, vou levar isso que a escola me ensinou, que a gente não pode se calar de jeito nenhum.”

Em contrapartida às reivindicações, a secretária de educação, Isla Meira informou que tudo que o sindicato solicitou à secretaria está sendo atendido e que a gestão fez um cronograma para manter as escolas abertas. Além disso, informou que uma empresa está finalizando a reforma das unidades e que pedirá ao departamento jurídico da prefeitura que formule uma nota para informar à comunidade.

Nesta segunda, 25, os professores estiveram na Câmara Municipal para prestar contas sobre a greve aos vereadores apoiadores, no entanto, a sessão foi suspensa por falta de quórum, já que apenas 4 representantes da casa estiveram presentes.

Ananda Azevedo – Chapada News, o portal de notícias da Chapada Diamantina

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